Era uma vez, em uma terra onde as árvores pareciam tocar as nuvens e os rios cantavam enquanto passavam pelos vales, havia uma floresta mágica chamada Bosque Sussurrante. Não era uma floresta comum, pois os animais lá podiam falar não apenas entre si, mas também com os humanos. No entanto, esse segredo era cuidadosamente guardado, pois os animais aprenderam a confiar apenas nos corações mais gentis. Na borda da floresta morava uma menina chamada Clara. Ela tinha cabelos cacheados castanhos, grandes olhos curiosos e um coração tão quente quanto uma tarde de verão. Clara amava os animais mais do que qualquer coisa no mundo. Todos os dias, após a escola, ela caminhava até a borda da floresta com uma bolsa de migalhas de pão, nozes e frutas frescas. Os pássaros cantavam alegremente ao vê la, e os esquilos desciam das árvores para mordiscar as guloseimas que ela oferecia. Mas, não importava quanto tempo ela ficasse, as partes mais profundas da floresta sempre pareciam um mistério. As árvores cresciam mais altas e densas, e o ar parecia vibrar com segredos que estavam fora de alcance.
Em uma tarde ensolarada, Clara sentou se sob uma enorme árvore de Carvalho, cantando uma melodia enquanto alimentava um esquilo gordinho que ela nomeara Pip. De repente, ela ouviu um suave rustling atrás dela. Ao se virar, viu uma pequena raposa com pelagem dourada brilhante e uma cauda bushy com a ponta branca. Era incomum para uma raposa se aproximar tanto, e Clara prendeu a respiração. A raposa inclinou a cabeça, como se a estudasse, e então, para sua surpresa, falou. "Olá," disse a raposa com uma voz tão suave quanto um sussurro. "Meu nome é Felix. Eu tenho te observado, Clara. Você é gentil com as criaturas da floresta, e precisamos da sua ajuda.
" Os olhos de Clara se arregalaram. "Você pode falar?" Felix acenou com a cabeça. "Somente com aqueles que realmente se importam com os animais. Você virá comigo? Há algo importante que preciso te mostrar. " Clara hesitou por um momento, então acenou com a cabeça. Como poderia dizer não a uma raposa falante? Felix a levou mais fundo na floresta, onde a luz do sol mal chegava ao chão e o ar era fresco e úmido. Enquanto caminhavam, Clara percebeu animais espiando de trás das árvores coelhos, cervos, corujas e até um texugo. Todos pareciam curiosos, mas não tinham medo. Finalmente, chegaram a uma clareira.
No centro estava uma grande árvore, muito maior do que qualquer uma que Clara já tinha visto. Seu tronco era tão largo quanto uma casa, e seus galhos se estendiam como braços gigantes. Debaixo dela, um círculo de animais havia se reunido. Clara viu ouriços, guaxinins, sapos e até uma família de lontras. Todos se viraram para olhar para ela, os olhos cheios de esperança. "Por que todos eles estão aqui?" perguntou Clara a Felix. "O Bosque Sussurrante está em apuros," explicou Felix. "A Grande Árvore, que dá vida à floresta, está doente. Suas raízes estão emaranhadas em algo estranho, e nós, os animais, não sabemos como consertar.
Precisamos da sua ajuda. " Clara se aproximou da árvore e colocou a mão em sua casca áspera. Ela podia sentir um leve calor, como o batimento do coração de algo vivo. "O que está emaranhado nas raízes?" ela perguntou. Felix a levou até a base da árvore, onde o chão era macio e coberto de musgo. Clara se agachou e começou a cavar com as mãos. Para sua surpresa, ela desenterrou pedaços de metal e latas plásticas, embalagens e outros pedaços de lixo. "É lixo!" exclamou Clara. "Quem faria isso?" As orelhas de Felix murcharam.
"Humanos que não se importam com a floresta. Eles jogam seu lixo sem pensar, e isso está deixando a Grande Árvore doente. Se não o removermos logo, o Bosque Sussurrante vai murchar. " O coração de Clara doía com o pensamento. "Eu ajudarei," disse firmemente. "Mas vou precisar de ferramentas e talvez de alguns amigos. " Os olhos de Felix brilharam. "Nós vamos te ajudar! Os animais podem cavar e carregar coisas. Juntos, podemos salvar a floresta.
" Clara passou o resto do dia organizando os animais. Os toupeiras cavaram túneis para soltar o solo, enquanto os cervos e as raposas carregavam o lixo para uma pilha. Os guaxinins usaram suas patas inteligentes para desenroscar pedaços de fio, e os pássaros voaram alto para procurar mais lixo escondido. Clara trabalhou ao lado deles, suas mãos sujas, mas seu coração cheio de determinação. Mas, conforme o sol começou a se pôr, Clara percebeu que ainda havia muito mais a fazer. "Isso levará dias," disse, limpando a testa. "Voltarei amanhã com ferramentas e talvez alguma ajuda da minha família. " Felix acenou com a cabeça. "Continuaremos trabalhando até você voltar.
Obrigado, Clara. " Naquela noite, Clara contou aos seus pais sobre os animais falantes e a árvore doente. Eles sorriam, pensando que era apenas sua imaginação, mas quando ela lhes mostrou a sujeira sob as unhas e os arranhões nas mãos, perceberam que ela estava falando sério. Na manhã seguinte, os pais de Clara se juntaram a ela, trazendo pás, luvas e sacos para coletar lixo. O irmão mais novo de Clara, Ben, também foi, animado para conhecer os animais. Para sua surpresa, Felix apareceu na borda da floresta e logo a clareira estava cheia de humanos e animais trabalhando lado a lado. A notícia do projeto se espalhou, e mais pessoas da aldeia vieram ajudar. Algumas traziam comida e água, outras traziam ferramentas, e algumas até trouxeram mudas para plantar ao redor da clareira. Clara sentiu um orgulho imenso ao ver todos trabalhando juntos, unidos pelo amor à floresta.
Dia após dia, a pilha de lixo diminuía, e o chão ao redor da Grande Árvore ficava limpo e macio. Os animais aplaudiram quando o último pedaço de lixo foi removido, e Clara notou uma mudança na árvore ela parecia estar mais alta, suas folhas mais verdes e sua casca brilhava levemente na luz do sol filtrada. Uma noite, conforme as estrelas começaram a brilhar acima, a Grande Árvore começou a vibrar. Era um som profundo e calmante que preenchia a clareira. Os animais se reuniram ao redor, e Felix se virou para Clara com um sorriso. "Você conseguiu," disse ele. "A Grande Árvore está se curando, e o Bosque Sussurrante vai prosperar novamente. " Clara sentiu um calor no peito. Ela se ajoelhou ao lado da árvore e sussurrou "Estou feliz por poder ajudar.
Prometo cuidar de você. " O zumbido da árvore cresceu mais forte, e Clara sentiu uma brisa suave envolvendo a, como se a floresta estivesse dizendo obrigado. Desde aquele dia, o Bosque Sussurrante se tornou um lugar de maravilhas e magia para todos na aldeia. Clara e sua família visitavam frequentemente, trazendo amigos para mostrar a beleza da floresta. Os animais, antes tímidos e secretos, tornaram se mais corajosos, e às vezes um visitante sortudo podia ouvir um sussurro ou dois de uma raposa ou um pássaro. Quanto a Clara, ela cresceu para se tornar uma protetora da floresta, ensinando os outros a cuidar da natureza e a ouvir sua voz tranquila e mágica. E embora nunca tenha esquecido o dia em que conheceu Felix e os animais do Bosque Sussurrante, ela sempre soube que a verdadeira magia era a bondade aquela que poderia curar não apenas uma árvore, mas toda uma floresta. E assim, o Bosque Sussurrante prosperou, seus segredos seguros e sua magia viva, tudo graças à menina com um grande coração que acreditava que toda criatura, grande ou pequena, merecia amor. Fim.
As Florestas Sussurrantes
Uma raposa falante chamada Felix
Estava emaranhada em lixo deixado por humanos
Ela trouxe ferramentas e trabalhou com os animais
Sua família, os animais e os aldeões
Começou a se curar e brilhar suavemente
A bondade e o trabalho em equipe podem curar a natureza