Era uma vez, em uma pequena e pacífica vila cercada por colinas verdes e florestas profundas, uma curiosa menina de seis anos chamada Sophie. Sophie adorava ler histórias sobre magia, magos e terras encantadas. Ela sonhava, um dia, em descobrir um lugar mágico por conta própria. Sua avó frequentemente contava a ela histórias do Rio Prateado, um rio mágico escondido nas profundezas da Floresta Sussurrante. Segundo sua avó, o rio tinha o poder de realizar um desejo para aqueles que provassem ser corajosos e bondosos.
Você acha que o Rio Prateado é real, vovó? Sophie perguntava, com seus brilhantes olhos azuis reluzindo de curiosidade.
Sua avó sorria misteriosamente. A magia está ao nosso redor, Sophie, se apenas tivermos a coragem de procurá la.
Certa manhã ensolarada, Sophie acordou sentindo se animada sem motivo aparente. Era como se o próprio dia prometesse algo especial. Depois de terminar seu café da manhã, decidiu explorar a floresta perto de sua casa. Ela colocou em sua pequena mochila um sanduíche, seu caderno vermelho favorito e um lápis. Estou indo encontrar magia! anunciou ao seu gato, Luna, que miou preguiçosamente em resposta.
Enquanto Sophie vagava pela floresta, a luz do sol filtrava se através das árvores, projetando sombras dançantes no chão. Ela assobiava uma melodia alegre enquanto caminhava, parando ocasionalmente para examinar uma pedra interessante ou um cogumelo colorido. Mas, após um tempo, o caminho que seguia começou a parecer desconhecido. As árvores cresceram mais altas e a floresta tornou se mais escura. Sophie percebeu que havia se aventurado mais fundo na floresta do que nunca antes.
Justo quando começou a se sentir um pouco nervosa, ouviu um som suave e tilintante, como campainhas minúsculas tocando ao vento. Sophie congelou e ouviu com atenção. O som parecia vir de algum lugar próximo. Ela o seguiu, com o coração acelerado de excitação. Ao atravessar um denso arbusto, ela ofegou.
À sua frente havia um pequeno rio cintilante. Suas águas brilhavam como prata líquida, e parecia brilhar suavemente mesmo à sombra das árvores. O coração de Sophie disparou. O Rio Prateado! ela sussurrou.
Enquanto se ajoelhava para tocar as águas cintilantes, uma voz falou. Quem vem ao Rio Prateado?
Surpresa, Sophie olhou ao redor e viu uma pequena criatura sentada em uma pedra musgosa à beira da água. Era uma raposa minúscula, mas diferente de qualquer raposa que ela já tinha visto. Sua pelagem era de um suave tom prateado, e seus olhos brilhavam como luzes de estrelas.
Olá, Sophie disse cautelosamente. Meu nome é Sophie. Você é… você é mágica?
A raposa inclinou a cabeça e sorriu. Eu sou Astra, a guardiã do Rio Prateado. E sim, este rio é mágico. Mas sua magia está desaparecendo.
Desaparecendo? Sophie perguntou, sua excitação se transformando em preocupação.
Astra acenou com a cabeça. A magia do rio vem da bondade e coragem daqueles que o visitam. Mas ultimamente, cada vez menos pessoas têm vindo. O rio está se enfraquecendo e, em breve, sua magia pode desaparecer para sempre.
O coração de Sophie doeu ao pensar nisso. Há algo que eu possa fazer para ajudar?
Os olhos de Astra brilharam. Talvez. Para restaurar a magia do rio, você deve completar três desafios. Cada desafio testará sua bondade, coragem e determinação. Se você conseguir, a magia do Rio Prateado será restaurada.
Sophie não hesitou. Eu farei! Diga me o que preciso fazer.
Astra saltou graciosamente da pedra. Siga me.
A pequena raposa levou Sophie ao longo da margem do rio até chegarem a uma clareira. No meio da clareira havia uma grande árvore com folhas douradas. Debruçado sob a árvore estava um pequeno pássaro com uma asa que parecia estar machucada.
Este é seu primeiro desafio, Astra disse. O pássaro precisa da sua ajuda, mas pode não confiar em você imediatamente. Você deve mostrar bondade.
Sophie se aproximou do pássaro lentamente, não querendo assustá lo. Olá, passarinho, ela disse suavemente. Vejo que sua asa está machucada. Posso te ajudar?
O pássaro olhou para ela com olhos cautelosos. Por que você me ajudaria? perguntou com uma vozinha trêmula.
Porque ajudar os outros é a coisa certa a se fazer, Sophie disse simplesmente. E eu quero ver você voar de novo.
O pássaro hesitou, então acenou com a cabeça. Sophie cuidadosamente pegou um pedaço de pano de sua mochila e envolveu gentilmente a asa do pássaro. Pronto, disse com um sorriso. Isso deve ajudar até que sua asa se cure.
O pássaro agitou sua boa asa e chilreou feliz. Obrigada, garota bondosa, disse. Você passou no primeiro desafio.
Astra assentiu aprobatória. Muito bem, Sophie. Agora, vamos para o segundo desafio.
Continuaram ao longo do rio até chegarem a uma ladeira rochosa. Na base da colina havia uma caverna estreita. Astra parou e disse, Dentro desta caverna há um cristal brilhante. Você deve recuperá lo. Mas cuidado, a caverna é escura, e você precisará de coragem para enfrentar o que está dentro.
Sophie engoliu em seco. Ela não gostava de lugares escuros, mas endireitou os ombros e disse, Eu farei isso.
Ela entrou na caverna, com o coração disparado. O ar estava frio e úmido, e a única luz vinha do brilho tênue do cristal mais adentro. Enquanto se aproximava da luz, ouviu um rugido baixo. Sophie congelou. Um par de olhos brilhantes apareceu na escuridão.
Quem se atreve a entrar na minha caverna? uma voz profunda rumbrou.
Eu sou Sophie, ela disse, com a voz ligeiramente trêmula. Estou tentando ajudar o Rio Prateado.
A criatura avançou, revelando se como um grande lobo feito de sombras. Ele parecia feroz, mas Sophie pôde sentir uma tristeza em seus olhos.
Por que eu deveria deixá la pegar o cristal? perguntou o lobo.
Porque o Rio Prateado precisa dele, Sophie disse. Sua magia está desaparecendo, e o rio é importante para todos.
O lobo a observou por um longo momento e depois suspirou. Muito bem. Pegue o cristal. Você é mais corajosa do que parece.
Sophie pegou cuidadosamente o cristal brilhante e apressou se para fora da caverna. Astra balançou sua cauda prateada quando ela emergiu. Você passou no segundo desafio. Apenas mais um para ir.
O desafio final surgiu quando chegaram a uma parte do rio que estava bloqueada por galhos caídos e detritos. A água não conseguia fluir livremente e parecia turva e opaca.
Para completar sua tarefa, Astra disse, você deve limpar o rio e deixar a água fluir novamente. Isso exigirá determinação.
Sophie arregaçou as mangas. Estou pronta.
Ela começou a puxar os galhos e pedras, um por um. Era um trabalho duro, e seus braços ficaram cansados, mas ela não desistiu. Max latiu feliz como se estivesse torcendo por ela. Finalmente, o último galho foi removido, e a água começou a fluir suavemente novamente. O rio cintilou mais do que nunca, seu brilho prateado retornando.
Você conseguiu! Astra disse, pulando em uma pedra. A magia do rio está restaurada.
O rio brilhava brilhantemente, e Sophie sentiu uma luz quente encher seu coração. Astra virou se para ela e disse Você mostrou bondade, coragem e determinação. O Rio Prateado sempre se lembrará de você.
Uma única gota de água prateada flutuou no ar e se transformou em um pequeno encanto em forma de estrela. Astra entregou o a Sophie. Este é um presente do rio. Ele te lembrará da magia que você ajudou a salvar.
Sophie sorriu e segurou o encanto com força. Obrigada, Astra. Esta foi a melhor aventura da minha vida.
Quando ela se dirigia de volta para casa, a floresta parecia mais brilhante e o ar mais fresco. Sophie mal podia esperar para contar à sua avó sobre sua mágica aventura. E embora não pudesse ter certeza, achava que ouviu o rio sussurrar, Obrigada, Sophie, enquanto se afastava.
A partir daquele dia, Sophie usou o encanto em forma de estrela ao redor de seu pescoço, um lembrete de que a magia é real e que bondade, bravura e determinação podem fazer a diferença no mundo.
Fim.